No mês passado, foram criados 28,9 mil postos formais, segundo o Caged.
Na comparação com janeiro de 2012, abertura de vagas recuou 75,7%.
Comércio fechou 67 mil vagas no mês passado, mas a indústria contratou
Em janeiro deste ano, foram criados no país 28,9 mil empregos com
carteira assinada, segundo informações do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged) divulgadas nesta sexta-feira (22) pelo Ministério do Trabalho.
Isso representa uma queda de 75,7% na comparação com janeiro de 2012,
quando foram abertas 118.895 vagas formais de trabalho. É também o pior
resultado, para meses de janeiro, desde 2009, quando foram fechadas
101.748 vagas. Naquele momento, o país passava pela primeira etapa da
crise financeira internacional.
O número de empregos formais criados em janeiro deste ano também ficou
distante do recorde para o período, registrado no primeiro mês de 2010 –
quando foram abertas 181.419 vagas com carteira assinada. Os números de
janeiro de cada ano não foram ajustados para incluir empregos
declarados fora do prazo formal.
Resultado 'ruim' e medidas de estímulo
O diretor do Departamento de Emprego e Salário do Ministério do
Trabalho, Rodolfo Torelly, admitiu que a criação de empregos formais em
janeiro deste ano foi "tecnicamente ruim", e abaixo do esperado. A
equipe técnica do Ministério do Trabalho esperava a criação de cerca de
100 mil vagas no primeiro mês deste ano.
"Não é péssimo porque foi positivo (...) Indica uma perda de dinamismo
do emprego, já apontada em 2012. Acredito que as medidas que o governo
tomou vão mostrar seu efeito no curto prazo, ainda neste primeiro
semestre", afirmou Torelly, acrescentando que a previsão para este ano,
de 1,7 milhão de vagas, ainda está mantida. Entretanto, ele admite que
"ficou mais difícil" atingir este valor em 2013.
Para recuperar o crescimento, a equipe econômica do governo anunciou,
no ano passado, uma série de medidas, como a redução do IPI para a linha
branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar) e para os automóveis e,
também, a desoneração da energia elétrica para consumidores
residenciais e industriais.
Além disso, também reduziu o IOF para empréstimos tomados pelas pessoas
físicas, deu prosseguimento às desonerações da folha de pagamentos,
liberou cerca de R$ 100 bilhões em depósitos compulsórios para os bancos
e vem reduzindo a taxa básica de juros desde agosto do ano passado.
Atualmente, os juros estão em 7,25% ao ano – os menores da história.
Ano de 2012
Em todo ano passado, foram abertas 1,3 milhão de vagas, com queda de 33% frente a 2011.
"Esse número na geração de empregos decorre dos efeitos da crise
internacional. Houve um desaquecimento da economia no mundo inteiro. O
Brasil, mesmo assim, conseguiu responder aos efeitos da crise, gerando
um saldo positivo de empregos", declarou o ministro do Trabalho, Brizola
Neto, no mês passado.
Setores da economia
Segundo os números do governo federal, a indústria de transformação foi
o setor que mais contratou em janeiro deste ano, com a abertura de
43,37 mil empregos formais, um aumento frente a janeiro de 2012 (+37,46
mil vagas).
Em segundo lugar, aparece a construção civil, com a criação de 33,42
mil vagas com carteira assinada no primeiro mês deste ano, valor que é
menor do que a criação de 42,19 mil vagas abertas em janeiro de 2012. No
caso do setor de serviços, houve a abertura de 14,74 mil empregos em
janeiro deste ano, contra a criação de 61,46 mil empregos no mesmo
período do ano passado.
O comércio, porém, fechou 67,45 mil vagas em janeiro de 2013, valor que
supera em muito o fechamento de vagas registrado pelo setor em janeiro
do último ano (-36,34 mil postos formais), ao mesmo tempo em que as
demissões na agricultura superaram as contratações em 622 no primeiro
mês deste ano. Já a indústria extrativa mineral registrou a abertura de
454 vagas, segundo os números do Ministério do Trabalho.
"Quando a gente olha este resultado por dentro, a indústria e a
construção civil são positivos. A indústria teve um resultado melhor do
que o do ano passado, e o quarto melhor para janeiro da história da
indústria. Isso é um bom sinal. Por outro lado, o comércio teve o pior
janeiro desde o início da série histórica, em 1992", declarou Torelly,
do Ministério do Trabalho.
Distribuição geográfica dos empregos
Por regiões do país, ainda de acordo com o Ministério do Trabalho, o
destaque ficou por conta do Sul, com 48,84 mil postos formais abertos em
janeiro. Em segundo lugar, aparece a região Centro-Oeste, com a
abertura de 16,33 mil vagas com carteira criadas no primeiro mês deste
ano.
A região Sudeste, por sua vez, fechou 1.583 empregos em janeiro de
2013, enquanto que o Norte registrou a demissão de 5.495 trabalhadores
no primeiro mês deste ano. A região Nordeste, por sua vez, fechou 29,2
mil postos de emprego com carteira assinada no mês passado.