
Trio foi recebido por associação de familiares criada após incêndio na Kiss.
Em 2004, incêndio parecido em boate de Buenos Aires deixou 194 mortos.

Nilda Gomez, Lila Tello e Silvinia Gomes desembarcaram na rodoviária da cidade gaúcha no início da tarde e foram recebidas com um longo abraço pelo presidente e vice da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia na boate Kiss (AVTSM), Adherbal Ferreira e Léo Becker, respectivamente.
Em seguida, elas pediram para ir até a frente do prédio onde funcionava a Kiss, no Centro. Oito anos depois, relembraram a dor que sentiram em 2004. E não deixaram de notar as semelhanças entre as duas tragédias. Na Argentina, um sinalizador usado durante uma festa de ano novo também atingiu o teto. Em Santa Maria, o causador do fogo foi um artefato pirotécnico usado durante o show da banda Gurizada Fandangueira.
O grupo de mães representa a associação “Familias por la Vida”, uma das cinco que reúne parentes das vítimas que lutaram por justiça na Argentina após a tragédia de Cromagnon. Os atos de protesto que levaram multidões às ruas culminaram no impeachment no prefeito Aníbal Ibarra, em 2006. O dono da discoteca e dois funcionários responsáveis pela fiscalização dos estabelecimentos foram condenados a 18 e dois anos de prisão.
A tragédia de Buenos Aires também levou a criação de rígidas normas de prevenção contra o incêndio nas casas noturnas do país vizinho. Hoje, o luto das mães argentinas virou experiência para ajudar os pais de Santa Maria. Mais tarde, elas pretendem se reunir com alguns familiares para transmitir conforto e dar de dicas de organização para a associação gaúcha de familiares .

O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 239 mortos na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro. O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas até o momento por investigadores:
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.
- Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
- A banda comprou um sinalizador proibido.
- O extintor de incêndio não funcionou.
- Havia mais público do que a capacidade.
- A boate tinha apenas um acesso para a rua.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
- Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
- 90% das vítimas fatais tiveram asfixia mecânica.
- Equipamentos de gravação estavam no conserto.
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